Governo mantém previsões mas admite vir a "ajustar estratégia"
O primeiro-ministro considerou hoje não haver razões, nesta altura, para alterar as previsões inscritas no Orçamento do Estado para 2015 nem adotar medidas adicionais, mas afirmou que o Governo está disponível para vir a "ajustar" a sua estratégia.
"Não vou estar a assustar nem os agentes económicos nem os portugueses com medidas que nem sei sequer se serão necessárias ou não. Do nosso ponto de vista, nesta altura, nada justifica estar a apresentar novas medidas, seja do lado da despesa, seja do lado da receita", afirmou.
Depois de reiterar que a redução do défice para menos de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 é para o Governo um "compromisso de honra", Passos Coelho acrescentou: "Cá estaremos dispostos a ajustar a nossa estratégia, se alguma coisa se vier a verificar ao longo dos próximos meses que aconselhe essa alteração".
O primeiro-ministro reagia assim, durante uma visita a uma empresa portuguesa da área da tecnologia de informação, em Algés, às previsões do FMI para o défice orçamental português, esperando que fique acima dos 3%, pelo menos, até 2016 e antecipando que seja de 5% este ano e de 3,4% em 2015, acima das estimativas do Governo.
O FMI considerou que o aumento do salário mínimo foi "prematuro" e demonstrou que o 'ímpeto reformista' do Governo enfraqueceu depois do final do programa de ajustamento.
A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu (BCE) manifestaram hoje "apreensão" com a diminuição considerável do ritmo de reformas estruturais em Portugal desde a saída da 'troika', no final da sua primeira missão de monitorização pós-programa.